Os Dois Mundos

Desde que nascemos somos participantes de uma peça sem limites. Ao mesmo tempo expectadores e atores do que chamamos de realidade e fantasia. Realidade é o que vemos e experimentamos, o chamado mundo exterior. Fantasia é o que frequentemente associamos ao nosso mundo interior. Mas o que são estes dois mundos, e qual é real? Existe algum que seja “faz-de-conta”?

Para responder a isso podemos citar o Mito da Caverna, onde Platão, de maneira bastante racional, lógica e sistemática, demonstra que a realidade não é aquilo que aparentemente percebemos através de nossos cinco sentidos ordinários, por serem muito limitados para a obtenção da sabedoria, mas sim que através de percepções mais sensíveis, ela, a Verdade, se desvenda ante nossa realidade, tornando-
se palpável e real.

dois mundos, mito da caverna

Então, dos dois mundos, só nos interessa o interior? Errado! Cada qual tem suas características e seus objetivos, por isso existem dois, e não apenas um. Andar de maneira equilibrada nos dois mundos é fundamental.

O mundo exterior nos confere o conhecimento das coisas da matéria, por meio dos cinco sentidos. Isso nos ajuda a saber, compreender o que nos rodeia e seu devido objetivo no criado. Já o mundo interior é o mundo de nosso país psicológico, onde temos nossas experiências com a dor, com a alegria, com a tristeza, com as emoções e pensamentos.

Tudo o que acontece no mundo exterior – uma ação – é um reflexo do mundo interior, ou seja, antes de ser uma ação concreta no mundo das formas, essa foi antes um pensamento e uma emoção, até se criar de fato por um impulso. Como diz a psicologia: “Somos o que pensamos, sentimos e fazemos”. Logo, estes dois mundos estão sempre intimamente interligados.

Portanto, ao observar nossas ações, podemos evocar o que as provocou dentro de nosso mundo interior. Ao aprender a observar o mundo exterior e o mundo interior, vivendo de forma simultânea nos dois mundos, e tendo encontrado as suas devidas relações, ter-se-á uma matéria bastante ampla a respeito de nós mesmos, o suficiente para poder desvendar quem somos e para que vivemos, descobrindo nosso real objetivo nesta vida e termos, assim, acesso à sabedoria, tal como os grandes iluminados da humanidade que por si só desvendaram os mistérios.

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