O Drama Cósmico

Mito Solar como Síntese das Religiões

O Ciclo Anual e o Drama da Existência

Nas antigas culturas, observar os ciclos da natureza era indispensável para dar manutenção à vida. Elas compreenderam o sentido místico da natureza, antes de tudo pela presença do Sol. Esse astro fulgurante e cálido foi desde sempre reconhecido como o ‘doador de vida’.

Assim como seus raios permitem a vida, ele estava associado ao conhecimento dos mistérios da natureza, tornando-se o símbolo da luta espiritual do homem na sua jornada na Terra. Por essa razão, as grandes culturas descreveram a tarefa de salvação referindo-se diretamente ao Sol, ou a um deus ou herói a Ele associado, de onde surge a noção corrente entre os estudiosos de um Mito Solar como síntese das religiões.

Nas antigas culturas, observar os ciclos da natureza era indispensável para dar manutenção à vida. Elas compreenderam o sentido místico da natureza, antes de tudo pela presença do Sol. Esse astro fulgurante e cálido foi desde sempre reconhecido como o ‘doador de vida’. Assim como seus raios permitem a vida, ele estava associado ao conhecimento dos mistérios da natureza, tornando-se o símbolo da luta espiritual do homem na sua jornada na Terra. Por essa razão, as grandes culturas descreveram a tarefa de salvação referindo-se diretamente ao Sol, ou a um deus ou herói a Ele associado, de onde surge a noção corrente entre os estudiosos de um Mito Solar como síntese das religiões.

Implicações Espirituais do Ano Novo

A divisão do tempo em um ciclo anual tem fortes implicações para a autocompreensão espiritual dos povos, pois lhes permitia repetir simbolicamente o ato da criação. Essas cerimônias incluíam, por exemplo, o confronto cerimonial das forças divinas que presidiram a criação do cosmos. Percebemos que o sentido primitivo do Ano Novo é repetir a passagem do caos à ordem cósmica.

O Natal Cristão coincide com a comemoração de outras religiões

mito solar

No amanhecer de nossa civilização – desde a cultura ariana – o princípio do ano e a data natalícia sempre coincidiam. Exatamente porque Natal é um termo que significa nascimento. O Natal Cristão é uma comemoração do nascimento do seu Salvador.

É sabido, porém, que essa data foi escolhida à revelia do texto bíblico, que não menciona dia de nascimento para Jesus. A esse respeito escreveu São Crisóstomo, em 390: “Este dia 25 de dezembro em Roma, acaba de ser escolhido para o dia do nascimento de Jesus, a fim de que os pagãos ocupados com suas cerimônias (as Brumélias, em honra de Baco) deixem que os cristãos celebrem seus próprios ritos sem serem incomodados”.

Diz com isso que a data de nascimento do herói cristão coincide com a data em honra ao herói grego. Igualmente, a religião oficial do Império Romano tinha suas celebrações de Ano Novo na mesma data, chamadas Saturnálias. Era O Dia do Sol Novo, sendo o Sol a divindade máxima, que chegava nesse dia invencível. Essa data não era arbitrária, estava em relação a um acontecimento cósmico preciso: o Solstício de Inverno.

Solstícios e a Criança de Luz

No hemisfério norte, essa data marca o ponto máximo do inverno e o encerramento dessa estação, com as noites mais longas do ano e o clima mais frio. A partir daí, os dias serão gradativamente mais longos, culminando com o Equinócio de Primavera, onde os dias e as noites terão a mesma duração e a partir do qual os dias serão mais longos que as noites. Entre os dias 22, 23 e 24 o Sol fica como que parado na mesma posição de nascimento, donde a palavra solstício (sol + sistere = sol estacionado).

O simbolismo dessa data é o nascimento da “criança de luz” que renasce no momento em que os ‘poderes das trevas’ haviam como que triunfado. Isso explica as cerimônias, nos dias que antecedem o Ano Novo, representando um regime noturno, como o aprisionamento da divindade responsável pela criação, ou o apagar e reascender de uma fogueira.

Para a religião romana, a Saturnália expressava o caos com festas libidinosas e a inversão da ordem da sociedade. Está ligado ao fato de que a partir de 21 de dezembro a Terra é regida pela 2 constelação de Capricórnio, regido por Saturno, que de acordo à mitologia e às características zodiacais conhecidas pelos gregos é um signo com traços de obscuridade e relacionado à morte.

A doutrina Persa influencia Roma

O Nascimento do Sol Invencível em Roma tem suas origens no culto religioso da Pérsia, no Deus salvador Mitra, guerreiro invencível, com nascimento celebrado igualmente em 25 de dezembro. Aparece às vezes como condutor, às vezes como enviado do Sol.

Conforme sua natureza divina empreendia uma luta contra as trevas do mundo. Havia nascido numa caverna, e dela fazia um retorno anual, retomando seu governo de forças luminosas. As tropas romanas difundiram o culto desse grande deus asiático por todo o Império.

O imperador Romano curvando-se para o Rei Persa Shapour (Naqsh e Rostam)

Arqueologia do Herói Solar

O estudo das mais diversas culturas mostra uma série de cultos solares: carruagens solares, discos com raios, distribuição de pedras em posições astrológicas. Esses sinais arcaicos, juntos de escritas sacerdotais, rudimentos de calendários e astrologia, representações sobre vasos, pratos, armas, sobreviveram em mitos e rituais dos quais restaram informações bastante completas. Esses vestígios mostram a presença de um tipo comum de culto solar; presente desde os povos mais antigos, dentre os quais babilônios, egípcios, sumérios, assírios, persas, hindus, gregos e romanos.

O trabalho do Sol é a base da doutrina de Salvação das Religiões

Atualmente, a mitologia comparada tem sido muito frutífera em mostrar a grande semelhança nas diversas formas dos mitos antigos. A vida do Krishna hindu, Shamash babilônio, Attis da Frigia, Osíris egípcio, Apolo grego ou Quetzacoatl maia, coincidem nos pontos essenciais, não só da iluminação e da pureza, como a passagem triunfante sobre as trevas, que o faz renascer invencível e imortal.

Esses pontos fundamentaram a narrativa do Salvador ou Herói de uma maneira simbólica e mítica, mas inscrita na própria natureza, porém decodificada e ensinada nos templos de mistérios das antigas tradições, que passavam as chaves para aqueles realmente inclinados a um trabalho espiritual, para que cada um pudesse trabalhar como o Sol, tornando-se um triunfador sobre as trevas e imortal, tal qual um Deus Solar.

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