Prana, a vida contida no Ar

O Mahavantara e o Pralaya são o fluxo e refluxo da vida em sua gigantesca expressão absoluta.

Samael Aun Weor

Os Hindus afirmam que no ritmo cósmico da Criação existem dois grandes movimentos: o Mahavantara e o Pralaya. Esse é o fluxo e refluxo da vida em sua gigantesca expressão absoluta. O desdobramento dessa lei em todas as dimensões e esferas resultam no que os chineses reconhecem como o equilíbrio das forças complementares (Yin/Yang). Assim, de par em par, o Universo vai se construindo desde o “macro” até o “micro”. 

Como assevera Hermes Trismegisto: “Assim como é em cima, é embaixo”, dentro de nosso próprio organismo humano expressa-se o fluxo e refluxo universal da própria vida através da inspiração e da expiração. Os orientais asseveram simbolicamente que quando inspiramos nascemos e quando exalamos morremos. Esse ritual da vida e da morte, contido no minúsculo e quase imperceptível ato de respirar, indica todo o mistério da relação do homem com o insondável. 

A respiração em seu caráter “involuntário” nos ordena a viver, e respiramos sem perceber que o estamos fazendo. Esse “ato” em sua estrutura fisiológica permite os complexos processos de perfusão pulmonar, viabilizando a limpeza sanguínea e levando a vida para os rincões mais distantes de nosso corpo físico. Sem o sangue arterial e limpo a necrose mata a vida em qualquer parte de nosso corpo. Porém respirar relaciona-se apenas com a fisiologia? Deve ser apenas um ato mecânico? De acordo com a Gnosis e fundamentado nas tradições espirituais antiquíssima dos orientais, afirmamos que não. A respiração é um poderoso recurso para controlar a mente, as emoções, aumentar o nível de vitalidade, o potencial energético, ampliar a circulação sanguínea cerebral, melhorar a saúde e mais ainda, regenerar a vida.

Porém, o que vem a ser o Prana? Inicialmente pensamos em ar, contudo esse termo que tem suas raízes na Índia, também é conhecido na China como Chi, entre os japoneses como Ki, e alguns referem-se ao Prana como Energia Vital. Pranam (pra=antes + an= viver, respirar): antes da vida respirar? O que significaria isso? No Upanishad, com as antigas escrituras Hindus, compreenderemos melhor. Prãna = “Sopro de vida, a energia vital universal que permeia o cosmos”

Isso confirma Paracelso em sua Chave da Alquimia: “A universalidade das coisas se sustentam no ar e pelo ar, o Ar provém do Bem Soberano e existiu anteriormente à todas as criaturas”. O Prana (Ar) como fonte de vida tem sua origem em todas as tradições religiosas, em Gênesis (cap 2, vers 7) diz: “então formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra, e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente”. Deus concede a vida, como atributo, através do ar, e a forma como utilizaremos essa força e energia ao longo de nossa existência terrena fará a diferença entre uma vida cheia de vigor e saúde ou doentia e apagada. 

Reside na respiração o domínio da chama que impulsiona a própria vida. Diz um sábio: “Prana é o grande alento. Prana é a vida que palpita em cada átomo como palpita em cada sol. O fogo arde por Prana; a água flui por Prana; o vento sopra por Prana; o sol existe por Prana; a vida que temos é Prana…”. 

Portanto há que saber controlar essa força em nós e isso ocorre através dos Pranayamas, que é a Ciência do controle da respiração. Uma técnica muito utilizada para esse fim é o Pranayama Egípcio. 

É importante compreendermos que existe uma estreita relação entre a respiração e as emoções. Se estivermos atentos, poderemos observar que os pensamentos provocam emoções e essas resultam em vezes em uma “ação física” que pode ser desastrosa para a nossa vida. Que homem e que mulher desejará ser um títere das circunstâncias, desejará ser apenas uma vítima dos eventos cotidianos? Para evitarmos isso deveremos nos dedicar disciplinadamente à ciência do trabalho espiritual. Necessitamos despertar, e eliminar dentro de nós as debilidades e vícios, e com a força advinda desse trabalho poderemos realizar uma profunda transformação em nossa vida. 

Prática do Pranayama Egípcio

1. Com o dedo indicador da mão direita feche a narina esquerda para que inale o ar somente pela narina direita, até encher os pulmões.

2. Feche agora também a narina direita, usando o polegar. Retenha o ar por alguns momentos.

3. Abra agora a narina esquerda e comece a exalar o ar lentamente somente por essa narina.

4. Esvaziados os pulmões, comece a inalar agora somente pela narina esquerda, lentamente. Quando os pulmões estiverem cheios, feche ambas as narinas. 

5. Retenha o ar nos pulmões por alguns segundos.

6. Abra a narina direita e comece a exalar o ar lentamente, até esvaziar os pulmões.

Estes seis pontos formam um Pranayama completo.

Repita por quantas vezes desejar.

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