Nascido em 15 de abril de 1452, o renascentista italiano Leonardo da Vinci, foi considerado por muitos como o maior gênio da história. Da Vinci possuía, sem dúvida, uma inteligência formidável que o colocava muito a frente do seu tempo. Sigmund Freud se referindo a ele disse: “Ele foi um homem que acordou cedo demais na escuridão, enquanto os outros continuavam a dormir”.
Este ilustre gênio da humanidade possuía uma multiplicidade de talentos e capacidades, incompreensíveis para a mente humana. Ele se desenvolveu como cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, escultor, músico, pintor, arquiteto, poeta, botânico, filósofo, etc. Suas criações, em todas estas áreas, estão dotadas de uma sabedoria quase insondável, de uma inspiração infinita e de um véu de mistérios inquietantes.
Algumas obras artísticas deste grande mestre, que sobreviveram ao tempo, estão hoje dentre as mais importantes do mundo. Dentre estas sobre-humanas criações, destaca-se A MONALISA ou A GIOCONDA, como também é conhecida: o quadro mais famoso não somente no âmbito artístico, mas também o mais valioso do mundo. A MONALISA esconde por detrás do seu discreto sorriso e olhar penetrante um conhecimento, um tipo de mistério que muitos estudiosos quiseram adentrar e compreender em sua totalidade, mas que realmente apenas estando em um estado contemplativo e pleno de inspiração podemos chegar a apreender em nossa natureza íntima algo do real significado desta obra, que mais parece não estar ao alcance do pincel de um ser humano, e sim dos dotes que Deus concede a seus anjos.
Nesta magistral e quase sobrenatural obra verificamos a expressão de um dos, senão o maior dos mistérios da criação, o ETERNO FEMININO.
O Eterno Feminino
Está claro a todas as luzes que Giaconda possui traços imensamente semelhantes aos do seu autor. Isso porque ela vem a ser a expressão feminina contida na intimidade do mencionado gênio. Porém mais além de uma expressão individual, esta obra nos relata a existência de um aspecto feminino gerador em cada expressão de vida. Jamais poderíamos conceber a existência que qualquer forma criada, sem que tenha sido antes gerada. A mera lógica racional nos mostra que a gestação somente pode ocorrer no ambiente do útero feminino. Portanto, a Mãe é uma expressão universal, que está presente desde o aparentemente insignificante até o imensamente grande.
Os antigos povos das culturas milenares da humanidade rendiam cultos e veneração à figura da Deusa Mãe do Mundo com diferentes nomes e formas: Pacha Mama, Ísis, Réa, Diana, Maia e tantos outros nomes mais. Compreendiam os antigos povos que esta Mãe Divina é o grande ventre universal onde se gestam todas as formas de vida e todas as possibilidades da criação estão contidas nela.
A cada dia, novos mundos surgem para adornar o espaço sideral. Estes corpos colossais necessitam, como todas as demais expressões de vida material, de um ventre que os possa gestar: o infinito e incompreensível espaço sideral vem a ser precisamente um útero gerador ou em outras palavras a Mãe Espaço.
A perfumada terra, que consegue através de seus mágicos prodígios transformar uma quase insignificante semente em uma planta totalmente constituída, é a Pacha Mama dos Maias, ou seja, a Mãe Terra, uma expressão feminina que gesta a vida do reino vegetal.
Assim mesmo, temos que todas as fêmeas da natureza são as responsáveis por gestar a vida. Todas sem exceção representam um aspecto da Mãe Divina, que sendo uma luz imortal, se sacrifica condicionando-se na forma perecível para que o milagre da vida aconteça. O Eterno Feminino, como princípio divino, é o próprio Amor incondicional. Dante Alighieri se referindo a Divina Mãe diz: “Em teu ventre se inflamou o amor, cujo calor fez germinar esta flor na paz eterna”.
É dito nas mitologias e escrituras sagradas que antes da Mãe vem o Pai Universal, sendo esta um desdobramento dele. Em outras palavras, o aspecto feminino de Deus. Em sua obra “A Divina Comédia”, Dante inicia uma oração a ela dizendo “Virgem Mãe, filha de teu filho”, e traduz os sentimentos do criador ao dizer: “Tu és aquela que a natureza humana enobreceste de tal forma, que seu criador não desdenhou fazer-se sua criatura”. De modo que tantas são as virtudes e dons do Feminino, que realmente só resta aos humanos retratá-la, adorá-la e ter a ela como a mais elevada aspiração, já que além de gerar a vida física, ela tem escondido em si o poder de gerar a vida espiritual, cuja expansão não tem limites.
Leonardo Da Vinci, ao plasmar este formoso quadro da MONALISA, colocou diante dos olhos humanos um conjunto de mistérios relacionados ao Eterno Feminino. Que ao mesmo tempo em que estão expostos ante a nossa vista, estão velados para a nossa mente que de maneira alguma pode compreendê-los, uma vez que a verdadeira arte é de coração para coração e possui uma linguagem apropriada apenas para a consciência e não para o intelecto. A linguagem da arte é inteligível através da imaginação criadora, da intuição e da inspiração que faz inflamar nossos corações, abrindo nossa inteligência e capacidades ocultas.
Esta obra fala mais que milhares de palavras e, ainda que esteja limitada aos quatro lados, é infinita em sua profundidade. Fala de amor, fala de mistérios, fala do caminho que temos que empreender em nossas vidas em busca da perfeição, fala da luz, de Deus, da beleza majestosa e da Mulher. Tudo está contido nela e ela está contida em tudo. A mais humilde e a mais alta das criaturas. Ser que colore e embeleza a criação. Ela é a flor do mais extasiante perfume, e por fim a energia que redime e realiza o coração humano, dando a ele sua nota vibratória e o tom original. A Monalisa ou Mãe Divina é adorada pelo próprio criador, que após havê-la gerado viu nela a mais sublime fonte de inspiração, amor e vida.